segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Contação de Histórias Infantis em Praça Pública


A equipe do grupo Conta Outra Vez, esteve na Praça Silviano Brandão - Viçosa/MG, no dia 20/08/2010, contando várias histórias, no horário de 09:30 às 12:00 horas.
A comunidade Viçosense prestigiou o grupo comparecendo e participando ativamente. As crianças estavam especialmente muito comunicativas e felizes, ouvindo histórias como "A Margarida Friorenta", "Sossego, o rato que queria ser morcego" e "Festa no céu".
A próxima Contação de Histórias está marcada para o dia 18 de setembro de 2010. Não percam! :D





domingo, 15 de agosto de 2010

Lançamento do livro infantil "O Pardal e o Chapinha"

O autor Luciano Sheikk lançou seu mais novo livro infantil, O Pardal e o Chapinha, no dia 07 de agosto, na livraria Nobel, em Viçosa - MG.
O grupo Conta Outra Vez foi convidado a participar do evento, realizando uma contação de histórias de dois livros de Sheikk, "O Pardal e o Chapinha" e "Sossego, o rato que queria ser morcego".
O lançamento do livro contou com participação de grande público, composto por crianças, adultos e idosos, que puderam desfrutar das atividades oferecidas, como pintura facial, distribuição de algodão doce, sorteio de prêmios, além da narração de histórias.

Para quem quiser saber um pouco mais sobre o trabalho de Luciano Sheikk: http://www.sheikk.com.br/

















Sheikk e parte do grupo Conta Outra Vez

Grupo Conta Outra Vez participa de Simpósio Internacional em Ouro Preto





















O Simpósio Internacional de Contadores de Histórias "Montanhas de Histórias" é realizado há oito anos no Rio de Janeiro. No ano de 2010 contou com uma edição especial na cidade de Ouro Preto- MG, com participação de artistas de diversas partes do mundo, realização de espetáculos, mesas redondas e oficinas.
A equipe do grupo Conta Outra Vez teve a oportunidade de participar de 3 oficinas, durante os dias 5 e 6 de agosto: Contar Histórias: Tecnologia Educacional Integrada ao Ensino, ministrada pela
indiana Geeta Ramanujam; Contar Histórias em Sala de Aula, ministrada pela brasileira Sandra Bittencourt; Ler e Contar Histórias pra Crianças e Jovens, ministrada pela argentina Alicia Barberis.
Este evento foi uma excelente oportunidade para que o grupo se aprimorasse e aprendesse muito mais sobre a arte de contar histórias.

domingo, 1 de agosto de 2010

De volta à ativa!


Olá, leitores!

Estamos retomando as atividades do grupo Conta Outra Vez e deste blog, após as férias... e com gás total!!!!


O planejamento para o segundo semestre de 2010 inclui:


- Contações de histórias infantis na Praça Silviano Brandão, Viçosa/MG, uma vez por mês;
- Curso "A Imaginação e o Lúdico: A Contação de Histórias Infantis", inscrições abertas;
- Contação de histórias na APAE da cidade de Teixeiras/MG;
- Início do projeto "Rádio História";
- Confecção de mais instrumentos para contação de histórias;

E muito mais! Prometo mantê-los informados!

Abraços

domingo, 20 de junho de 2010

Vídeos do curso de Contação de Histórias

Olá, queridos! Desculpem minha ausência nestes últimos dias, mas estou em final de período, muitas coisas para fazer, muitos trabalhos e provas, mas prometo atualizar com mais frequência o blog :)
Hoje estou aqui para deixar dois vídeos feitos durante o curso de Contação de Histórias.

http://www.youtube.com/watch?v=3F-zXMGgZfI
http://www.youtube.com/watch?v=3FPPLoQR8h8

Em breve postarei os demais vídeos.

Um abraço meu....

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Curso de Contação de Histórias Infantis

O curso "A Imaginação e o Lúdico: A Contação de Histórias Infantis" foi iniciado no dia 15/05. Já foram realizados dois encontros, onde discutimos sobre a importância das narrativas no desenvolvimento infantil, formas e instrumentos para contação de histórias, critérios para seleção de uma boa história infantil etc. Tudo isso permeado de dinâmicas construtivas e em um clima de troca de conhecimentos entre nós, a equipe do grupo Conta Outra Vez, e as participantes do curso, profissionais de instituições educacionais da cidade de Viçosa e Cajuri.
Nosso próximo encontro acontecerá no dia 27 de maio, e será destinado à confecção de instrumentos para contação de histórias adaptadas pelas próprias professoras, como TV Gravura, histórias com uso de fichas, e fantoches de luva utilizando papel machê.

















Dinâmica de apresentação - A Teia


















História de ficha - Audição e análise


















Equipe do projeto e participantes do curso


terça-feira, 4 de maio de 2010

Contação de histórias em Pedra do Anta - 1º de maio



Olá, leitores do blog Conta Outra Vez! Estou muito feliz com nossa mais recente apresentação, em Pedra do Anta - MG. Quero contar-lhes sobre essa experiência... Na verdade sinto falta dessa troca de informações aqui no blog, já que este intercâmbio de idéias e vivências faz parte de nossa proposta.

Como disse anteriormente, no dia 1º de maio, participamos de um evento de comemoração do Dia do Trabalho em Pedra do Anta, realizado no Estádio de Futebol da cidade. O espaço reservado à nossa equipe foi a quadra coberta, que é bem ampla e atende bem aos propósitos de nossas atividades.
Conforme combinado, começaríamos as 11:00h e encerraríamos às 12:00h, mas devido ao atraso do evento e ao prolongamento de algumas atividades destinadas aos adultos, estendemos um pouco mais o tempo da contação, encerrando às 13:00h. A programação foi a seguinte:
Música em cd - O Trem
História com uso de livro -
Pão quente e cenouras frescas
Simples narrativa -
Festa no Céu
Música Cantada -
"Tchutchuá"
Fantoche de Luva -
A Chapeuzinho Vermelho
História de Ficha -
A Pomba Colomba
Teatro -
João e Maria
História com uso de livro - O veterinário maluco
Música em cd - O Trem
Simples Narrativa - O Abacateir
o

Quando terminamos de arrumar o local, e isso incluía testar o aparelho de som e microfone, forrar o chão com uma lona para as crianças se sentarem, prender o cenário para o teatro de fantoches, separar as histórias e colocar uma música em volume baixo para proporcionar um ambiente agradável, convidamos as crianças a se sentarem. Aos poucos elas foram se aproximando e timidamente foram se sentando.
Para iniciar as atividades, convidamos as crianças para dançarem a música do Trem conosco, mas a participação delas foi pequena. Decidimos passar então para a primeira história do dia, contada pela Rita.
Com o passar do tempo, as crianças participaram mais ativamente de nossas intervenções, seja antes, durante ou depois das histórias. O teatro de fantoche e a peça João e Maria, por nós encenada, chamaram bastante atenção das crianças. Durante o teatro de fantoches, foi possível ouvir comentários como "que linda", se referindo à Chapeuzinho Vermelho" e "que medo!", quando o Lobo Mau aparecia de supetão em determinado momento da história; já durante a peça João e Maria, as crianças ficavam vidradas nos movimentos dos personagens e também deram boas risadas quando a Bruxa Cabeluda é derrubada dentro da panela, e quando esta assusta João e Maria, entrando de surpresa em cena.
Ao final da contação de histórias, a maioria das crianças já havia participado, seja dando sua opinião sobre a história, cantando e dançando ou se expressando de alguma forma. Até os aparentemente mais tímidos ou desinteressados, deram sua contribuição, falando a parte que mais gostaram em determinada história e respondendo a algum questionamento, utilizando para isso o microfone ou falando individualmente com cada contadora.
Esta contação de histórias em Pedra do Anta aconteceu perante uma platéia de aproximadamente 35 crianças de 1 à 12 anos de idade, bem como alguns adultos.

Essa experiência foi sem dúvida enriquecedora para o grupo. Um lugar novo e um público ao qual não estamos acostumadas é sempre um desafio a mais, mas a equipe do grupo Conta Outra Vez se saiu muito bem. Gostaria, inclusive de deixar aqui meus agradecimentos e minhas congratulações à esta equipe maravilhosa!

Abraço a tod@s!

sábado, 1 de maio de 2010

Grupo Conta Outra Vez em Pedra do Anta - MG

Tudo pronto para mais uma contação de histórias infantis!
O grupo Conta Outra Vez foi convidado pela Emater a participar do evento em comemoração ao Dia do Trabalho, 1º de maio, na cidade de Pedra do Anta, localizada a 32 km da cidade de Viçosa- MG.
Com o objetivo de proporcionar um dia festivo aos trabalhadores, o evento tem a seguinte programação:

- Dia 01/05 - 11h - Palestra.
- Contação de histórias.
12:30h - Almoço.
13:30h - Show - Raízes da Viola.
16h - Banda Cia. do Forró.

Nos próximos posts, conto a vocês como foi :D

Abraços!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Contação de Histórias no VIÇOSA CLUBE


No dia 23 de abril, o grupo Conta Outra Vez participou do evento Sexta Dançante - Relembranças, realizado pela equipe do Viçosa Clube .
À convite de Rosângela Belcavel, selecionamos várias histórias, canções e brincadeiras. O objetivo foi proporcionar um espaço prazeiroso para crianças, enquanto os adultos desfrutavam da festa. Contamos histórias como "Pão Quente e Cenouras Frescas", "Chapeuzinho Vermelho" e "Pomba Colomba" para aproximadamente 20 crianças e vários adultos que aproveitaram a oportunidade para também viajar conosco no mundo da imaginação. Diversos recursos foram utilizados, como ficha, fantoche de luva, livros e cd.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Entrevista na Radio Universitária FM


No dia 15/04/2010, a representante do grupo Conta Outra Vez, Kamilla Botelho, foi entrevistada pelo radialista Marcel Ângelo, da rádio Universitária FM, localizada no campus da Universidade Federal de Viçosa.
Durante a descontraída entrevista para o programa "Universitária Notícias", Kamilla pôde falar para os ouvintes sobre as atividades do projeto "A Imaginação e o Lúdico: a Contação de Histórias Infantis", bem como ressaltar a importância de se contar histórias para crianças.

sábado, 10 de abril de 2010

Parceria com o contador de histórias Roberto de Freitas


O post de hoje é muito especial. Trata-se da estréia de nossa parceria com Roberto de Freitas (foto), um premiado contador, pesquisador e criador de histórias. Roberto atua nesta área desde o início dos anos 90. Já se apresentou para públicos diversos, aqui e fora do país. Gravou, em 2002, o CD com histórias e músicas infantis, No Fundo da Mata Ouvi. Dá palestras de motivação em empresas utilizando as histórias e as cantigas populares e ministra cursos.

A seguir, um texto recém escrito por ele. Com a palavra, Roberto de freitas!


AMARRE-ME E ME CALAREI

Como bem disse certa vez o “compadre” Câmara Cascudo: “Amarra-lhe as mãos e os braços, que nada saberás contar...”. E isso é fato. Vou mais fundo, puxando a brasa ainda mais para nossa sardinha: das artes, a contação de histórias é a mais complexa e, contraditoriamente, a mais simples. Se é que assim pode ser, complexa e simples, superposta dessa forma em camadas, como o hábil cozinheiro montando pacientemente uma lasanha. O nosso prato principal é a história, recheada com camadas de complexidade e simplicidade. E são essas camadas que lhes dão esse sabor tão especial e único.

Adiantei e, agora, retrocederei. Não precisamos de muitos artifícios para contar bem uma história. Sei, já assisti a vários e gosto muito: existem narradores que utilizam “mil’itantas” coisas (objetos, bonecos, instrumentos musicais, sombras, tapetes e o santo a quatro etc.) para ilustrar o que estão contando. Mas, quando penso na cena do contador, penso só nele, nos seus próprios e naturais recursos – expressões corporais, faciais e vocais, e pronto... Basta! Aí, é a arte do simples: se existe uma boa história e um contador que conhece a si mesmo, em corpo e alma, então pode se sentar, porque, apenas com isso, como se isso tudo fosse pouco, já teremos um maravilhoso espetáculo.

Disse e torno a repetir: acho válida a utilização de outras coisas. Quando bem usadas, é sim bem enriquecedor. Mas já vi contadores se atropelarem em malas, apitos, bugigangas, colares, figurinos exageradamente coloridos, flores aqui e acolá, que só serviram para desviar a atenção do espectador da história e nada mais. Também já assisti contadores com nada nas mãos, mas que se atropelavam em si mesmos, em movimentos “pendulantes”, e mãos que iam e vinham sem sentido, numa contramão de dar medo, ora nos enervando, ora nos enjoando. E há outros, aqueles contadores bem ensaiados, limpos e com uma memória de dar inveja a qualquer manada de elefantes, numa cena perfeita muito bem dirigida, onde, pela transparência, é possível ver o árduo trabalho que aquele ali teve e, se o acompanharmos com o texto a postos, coincidiremos até nas mais insignificantes vírgulas. A plateia chega a ficar sem fôlego, temendo atrapalhá-lo. Plateia? Que plateia? Nesse caso, ela pouco importa, pois esse contador assim o contará, estando aqui ou na China, tudo será repetido numa narração autônoma, como se assistíssemos a um vídeo com a tecla repeat estragada, num danado vai e volta, partindo sempre do mesmo ponto. E existem os contadores que o tempo todo obrigam a plateia a estar dentro do que estão contando, numa relação que chega a ser bestial e infantilizada, provocando-a com perguntinhas, insistindo em refrões e bordões, numa improvisação mendicante. A história fica tão pobre, remendada, maltratada e maltrapilha, que já nem nos importa mais o seu desfecho, estaremos mais preocupados com o destino daquele que a nós conta. Como ele se sairá daquele emaranhado em que voluntariamente se meteu? A coisa toda fica tão enrolada que não sabemos onde é o seu começo ou o fim, pois não acharemos nunca a sua ponta.

A receita dessa nossa lasanha é ficar de olhos bem abertos para onde o menos é muito pouco e o mais pode ser muito. Certa vez, após uma apresentação, recebi uma crítica, destas que momentaneamente apagam o fogo da gente, que havia dado muito, que podia ter guardado um pouco nas mangas, que tinha levado a plateia à exaustão. E eu era assim mesmo: empolgado. Dava tudo que tinha e mais um pouco, de uma única apresentação saía em frangalhos e completamente rouco. Pecava pelos excessos, pelos exageros, enfim não deixava o saboroso gostinho do quero mais. Hoje, desconfio de que o caminho deva ser o do meio, nem mais, nem menos. E como encontrar esse caminho do meio, se não há ainda escolas que o apontem? Felizmente, toparemos com ele na batalha do dia a dia, no exercício dessa tão encantadora profissão. Essa harmonia nos deverá chegar pela persistência, pelos anos deste caminhar; somente o tempo nos traz a medida exata de todas as coisas. O tempo nos revelará o que vai pelo fundo deste rio, o rio por onde correm as palavras faladas.

Tendo bebido dele, desconfio de que se deva ter muito cuidado com a limpeza e a delicadeza, evitando excessos, gestos redundantes, movimentos involuntários e repetitivos, mãos que não sabem onde se enfiam. E, também, estar sempre atento à proporcionalidade: as expressões devem respeitar o tamanho da plateia que se pretende atingir. É diferente contar uma história sentado ao pé de uma cama ou num ginásio de pé direito alto e apinhado de crianças, bem como num palco italiano ou num programa de TV. Às vezes, é preciso crescer, noutras diminuir, acelerar ou ralentar, encurtar ou alongar, em conformidade com o tamanho e a distância a que estamos dos nossos espectadores.

Os mais belos movimentos são aqueles espontâneos e naturais, que servem para emoldurar ou alongar rítmica e sonoramente as palavras. Já me emocionei muito vendo uma mão indo e vindo, como uma delicada varinha de maestro nos conduzindo harmoniosamente pela melodia da palavra falada. E é lindo!

Aliás, essa beleza é única e rara, pois venho percebendo nas narrações que ouço ou faço: o belo está justamente na impossibilidade da repetição, não há marcação, é o ali e agora. Aquele gesto saiu porque houve uma confluência de todos os fatores, externos e internos, que ali existiram. O clima, a plateia, o estado de espírito do contador, tudo colaborou para que a história fosse contada daquela forma, que nunca mais será contada do mesmo jeito, com aquela compreensão e entendimento.

É lindo porque isso é o que é mais verdadeiro em nós, contadores de histórias. É quando percebemos a nossa perenidade, representada pela comum inquietação que carregamos pela nossa frágil existência humana, a constatação da nossa finitude. E, de certa maneira, convencer-nos disso nos desamarra, vão-se os nós do pudor e da vergonha, do receio do outro, do medo do ridículo, todos esses sentimentos tolos que só servem para nos travar diante de uma plateia. Então, nos desatamos a contar, cantar, tocar, dançar, enfim a viver intensa e verdadeiramente a vida, encantando e se deixando encantar.

Então é por tudo isso, exatamente, que é tão complexo.

Contamos – assim como os manipuladores, com as suas hastes e fios, controlam lá de cima a vida dos seus bonecos cá embaixo, dando anima a eles – conduzindo a vida das personagens residentes em nossa memória e que revivem pela força da nossa voz. Diferente do teatro, onde os atores se escondem atrás das suas personagens e máscaras, estamos o tempo todo expostos. Somos nós mesmos que estamos ali, em carne, em osso e em gesto. Não há ensaios, pois não há previsão, bússolas: “navegar é preciso, viver não é preciso”. Preciso no sentido da previsibilidade: contar histórias é vivê-la, não revivê-la, é só vivê-la e sem voltas, assim na vida como ela é. Cada hora nos sai de um jeito. Foi só ali e pronto, nunca mais. E se fez o verbo e acabou, nunca mais se falará o mesmo verbo daquele modo e jeito. Dali a um breve instante, nem nós já seremos mais os mesmos. Só Deus sabe o quanto eu tentei, em vão, capturar esses momentos de acerto, repetir o mesmo gesto, a mesma entonação, a mesma cara. Mas não é possível, porque tudo muda e nada do que foi de novo será.

Para cada plateia há um tom, uma respiração, uma pausa. Sábio aquele contador que sabe antever como a plateia quer ouvi-lo. Com o tempo, a gente vai aprendendo a relaxar, percebendo que o engessado poucas vezes funciona, simplesmente porque o ouvinte quer se sentir especial, descobrir que aquilo foi feito exclusivamente para ele, é ali e agora, e quem beijou beijou... E quem não beijou não beija mais.

Tenho sido ultimamente muito privilegiado, e agradeço e muito e sempre, deixei a quantidade para poder me reservar à qualidade. É claro, tem um preço: menos trabalho significa também menos segurança financeira, já que sou um profissional dessa área e vivo somente disso. Mas estou viciado nessa narração verdadeira, em que não haverá compromisso com mais nada além daquele breve e espetacular instante, é só e mais nada. Não estou atrelado a nenhuma escola, linha de pensamento, editoras, nada. Somente com o prazer de fazê-lo e fazê-lo do melhor jeito possível, não para ser o melhor, mas para dar o melhor de mim, e entenda que isso também é breve e passageiro, pois esse meu melhor – cadê a minha ingênua modéstia mineira, meu Deus? – vai melhorando a cada instante (desculpe, mas acho que foi para isso que viemos aqui, ir-nos melhorando e sem ter medo de voltar e recomeçar e reconhecer que poderíamos ser muito melhores de outra maneira, enfim de se entregar inteiro e intenso, como há de ter que ser tudo na vida, sem medidas, sem economias e/ou poupanças).

Então, quando estiveres me assistindo, tenhas certeza de que me perceberás ali, meio misturado ao que conto e digo, ao que canto e toco. A minha cena sou eu, a história que conto é também um pouco a minha história de vida, tudo misturado, onde não se sabe quando termina uma e começa a outra. É no que creio e, ao mesmo tempo, aquilo de que desconfio. Porque conto histórias como quem reza, crendo.

E, sendo tratando dessa forma, pouco importa a origem do texto, se é da tradição oral ou se é autoral, o que conta é a nossa verdade, esta de que iremos impregná-lo. Como a fiandeira que usa no mesmo tear diferentes linhas em cores e texturas, para tecer tecidos especiais para agradar a todos os seus fregueses, sejam eles gregos, troianos ou brasileiros.

E entrou por uma porca e saiu pela sua gamela...


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